21/06/2024 às 10h17min - Atualizada em 23/06/2024 às 00h02min

Estudante da ETT é chamado para transplante de rim no meio da aula

Mato-grossense Fernando Massa fez a cirurgia no dia 17 de maio e já se recupera em casa; história comoveu professores e colegas do curso de Eletrotécnica

GRAZIELA LINDNER
https://www.escolatupy.com.br/
Divulgação ETT


Cerca de 40 mil pessoas esperam por um transplante de rim no Brasil e, até bem pouco tempo atrás, o jovem Fernando Luiz Massa, 33 anos, fazia parte dessa estatística. Na lista de espera da cirurgia por mais de seis anos, foi em Joinville, no dia 17 de maio, que o mato-grossense recebeu a “melhor notícia da vida”.

Estudante do curso de Eletrotécnica da Escola Técnica Tupy – instituição do ecossistema UniSociesc -, Fernando veio para o Norte catarinense em busca de tratamento na Fundação Pró-rim, instituição que é referência nacional em transplante renal.

Natural de Cuiabá, chegou a morar em São Paulo por quase cinco anos à espera da cirurgia, sem sucesso. “Em Joinville, em menos de dois anos, recebi a tão sonhada ligação. Foi durante a noite, no meio da aula. Não pensei duas vezes: peguei a mochila, me despedi dos colegas e dos professores e fui direto ao Hospital São José”, conta.

Já em casa, Fernando se recupera bem, lidando apenas com os efeitos colaterais da medicação. Nada que incomode quem, agora, não é mais dependente das sessões de hemodiálise. “Assim que possível pretendo voltar às aulas e à minha área de atuação. Mesmo após o transplante, pretendo ficar em Joinville, uma cidade que me acolheu de todas as formas, onde vou continuar o tratamento e que traz muitas perspectivas de futuro.”



Colegas e professores na torcida
O suporte dos colegas e professores da Escola Técnica Tupy é outro motivo pelo qual o jovem pretende voltar logo à rotina.

“Todos comemoraram a ligação e, depois, continuaram mandando mensagens de apoio e se oferecendo para ajudar no que fosse preciso. Eles acompanharam de perto a minha rotina de hemodiálise e a espera pelo transplante. Sabiam que, em algum momento, a qualquer hora do dia, eu seria chamado, e que bom que foi em aula, junto deles”, diz Fernando.

O coordenador da ETT, professor Jeferson Marcelo da Silva, não esquece esse dia. “O Fernando sempre dizia que se um dia pegasse o material e deixasse a sala de aula era porque o transplante estava confirmado.  No dia 17 de maio, quando o vi pelo corredor, tive a certeza de que a vez dele tinha chegado.”
Segundo Jeferson, todos na escola se comoveram com a história do jovem. Agora, se unem na torcida pela recuperação total do estudante.

Junho, mês mundial do transplantado
Dia 6 de junho foi o Dia Mundial do Transplantado, uma data que, a partir de agora, também será comemorada pelo estudante da ETT. No Brasil, desde 2013 já foram realizados mais de 60 mil transplantes renais. Em 2023, o rim foi o órgão mais transplantado no país, somando 66,72% dos procedimentos.

Em Santa Catarina, a Fundação Pró-rim foi pioneira e está entre as 10 instituições de saúde que mais realizam este tipo de cirurgia. O primeiro transplante renal do estado ocorreu em Joinville, em 1978, e desde então cerca de 2 mil pacientes já passaram pela cirurgia.

Planos para o futuro
Nem a doença nem as sessões de hemodiálise fizeram Fernando Massa desistir dos sonhos. Técnico em Mecatrônica e tecnólogo em Automação Industrial, ele cursava Eletrotécnica na ETT para se manter atualizado e integrado à área que sempre gostou: elétrica e automação.

“Eu estudava enquanto esperava pelo transplante e foi justamente na ETT que fui avisado sobre a cirurgia. Na hora fiquei sem reação e, a caminho do hospital, foi um misto de nervosismo e alegria. Eu sabia que aquela seria a minha nova data de nascimento”, diz.

Fernando espera que a angústia dos últimos anos fique só na lembrança, mas alerta a todos que deem mais atenção à saúde. “Eu trabalhava em uma indústria de Cuiabá e, durante meses, tive câimbras, dores de cabeça, inchaço e indisposição. Alguns dias eu sequer tinha força e disposição para trabalhar e estudar”, conta.

No dia 2 de novembro de 2017, com as pernas muito inchadas, falta de ar e formigamento no corpo, o jovem foi hospitalizado com a pressão arterial em 20/12 e recebeu o diagnóstico de que os rins tinham parado. “Fiquei sete dias na UTI, em estado crítico, e na sequência comecei a fazer hemodiálise. De lá para cá foram seis anos e seis meses de espera pela ligação mais desejada.”
 

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GRAZIELA JANAINA LINDNER DE SOUZA
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