20/06/2023 às 13h39min - Atualizada em 03/08/2023 às 00h01min

Como empresas inovadoras estão ajudando setores tradicionais a avançarem na transformação digital

Executivos destacam mudanças nos ambientes de trabalho, capacitação de público-alvo e desenvolvimento de novos perfis profissionais como forma de amadurecer a digitalização de empresas

Maria Teresa Mazetto


Apesar de não ser uma tendência recente, a pandemia e a maior demanda dos consumidores por soluções tecnológicas acelerou o processo de transformação digital nas empresas. De acordo com membros da rede de pesquisadores Emerging Multinationals Research Network (EMRN), a pandemia acelerou em 10 anos a digitalização de companhias. No Brasil, o Indicador de Excelência em Tecnologia e Inovação (Inexti) levantou que a adoção de tecnologia por empreendimentos nacionais cresceu 8,5% em 2022. Nesse contexto, empresas que oferecem produtos e soluções inovadoras para mercados tradicionais ganham espaço tanto na prestação de serviços, quanto na educação de segmentos variados para a transformação digital.

É o caso da Dattos, plataforma de automação para análises de dados financeiros. A tecnologia da empresa paulistana ajuda grandes corporações a automatizar cálculos, relatórios e a comparar informações para garantir que estão corretas. Porém, de acordo com o CEO da empresa, Guilherme Pessoa, além da disponibilização do produto, a Dattos tem como uma de suas missões mostrar ao público-alvo da plataforma a importância de capacitar o setor financeiro e contábil para a adoção plena de uma ferramenta disruptiva.

“A adoção de tecnologias por parte das empresas é um caminho inevitável, pois além das interações estarem cada vez mais online, o volume de dados a ser processado está cada vez maior, o que exige agilidade e cuidado. Na área financeira, por exemplo, os volumes de dados crescem pelo menos 63% ao mês, o que torna o trabalho manual impraticável”, contextualiza Pessoa. “Mas a adoção de uma tecnologia é apenas um dos passos para a transformação digital propriamente dita”, diz.

Para o empresário, a capacitação de equipes, a criação de um ambiente de trabalho que incorpora a tecnologia para tomadas de decisão e a construção de novos perfis de profissionais são alguns dos passos a serem dados pelas empresas. “Nos últimos meses, aconteceram muitas discussões sobre se a inteligência artificial vai ou não roubar empregos das pessoas. Ao meu ver, esse não é o ponto central do debate, mas sim a avaliação de quais serão as atribuições dos profissionais agora que a IA pode contribuir de forma mais presente no dia a dia de trabalho. Minha visão é de que os funcionários passarão a ter papel muito mais estratégico e analítico do que operacional”, pondera.

Pessoa argumenta ainda que, para um processo ser chamado de transformação digital, o uso de tecnologias deve estar alinhado a um novo modo de pensar o trabalho. “Um formato que não traz resultados é, por exemplo, implementar uma operação altamente tecnológica, mas a tomada de decisão ser mantida em um padrão de pensamento analógico”. A proposta é que as empresas construam uma cultura em que os processos digitais façam sentido para a rotina dos profissionais e acompanhem tanto as tarefas cotidianas, quanto as tomadas de decisão.  Nessa linha, outra companhia que está tentando mudar a forma como profissionais utilizam a tecnologia é a AltoQi, líder em soluções de software para projetos de engenharia e gestão da construção civil.

Há mais de 30 anos no mercado, a AltoQi possui soluções para construção civil que atendem projetistas, construtoras, incorporadoras e engenheiros, com softwares para projeto estrutural, instalações, orçamento e planejamento. No Brasil, é a líder na utilização da metodologia BIM, da concepção à execução do projeto, de acordo com as normas nacionais. A metodologia que permite o planejamento e a coordenação de informações relacionadas a todo o ciclo de vida de uma obra e, atualmente, já existe legislação que prevê seu uso em obras públicas. De acordo com o Diretor de Portfólio na AltoQi, Rodrigo Koerich, para ser bem-sucedida, a adoção da metodologia por parte dos times de engenharia deve ser acompanhada de uma mudança estrutural na forma de conduzir os trabalhos.

Quando falamos na metodologia BIM, estamos falando de algo que ultrapassa os limites da etapa de projetos, mas sim que pensa os ativos públicos ao longo de toda a sua vida útil. Para isso, o BIM deve contar com a participação de todos os envolvidos nesse processo, desde projetistas, fiscais de obras, gestores de manutenção, e, porque não, até mesmo a sociedade em geral”, explica o especialista. Para avançar na conscientização em relação à metodologia, a empresa criou projetos como “BIM em obras públicas: Conexão Prefeituras”, canal de transmissão online, gerenciado pela AltoQi, em que agentes da esfera municipal recebem pesquisas, cases, podcasts, vídeos e outros materiais que explicam o movimento BIM em obras públicas.

“Quem trabalha com inovação inevitavelmente precisa assumir o papel de educador. Ainda que esteja acontecendo de forma acelerada, a transformação digital é um movimento que ainda tem muito espaço para crescer e empresas inovadoras desempenham o papel de orientar outras organizações sobre como entrar nesse movimento. São esforços feitos entre empresas que, em última instância, têm como objetivo a melhora de produtos e serviços para a sociedade em geral”, finaliza Koerich.


 
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