A praga da Outubrite

Por Prof. Luiz Claudio Jubilato

Se você não se cuidar, perde o vestibular. “Cansaço é para os fracos". Então, vamos ganhar   

A Outubrite começa com um "friozinho na barriga". Normal: você descobriu, que não é apenas vestibulando, é também um ser humano. Se ela não começasse, você seria um ET. Como reagir? Comemore suas vitórias, mesmo que pequenas. Estude bem, no espaço do tempo, que suporta. A Outubrite: se você é assombrado (a)  pela concorrência, pense: o mesmo medo que você tem dele, ele tem de você. Quantidade não é qualidade. “Se você tem medo de perder, já perdeu”. 

A Outubrite não é brincadeira. Nessa fase há estresse e depressão? Há, sim. Pense, ninguém vence sem estresse. Controlado, ajuda a progredir. Descontrolado, leva à regressão. Não faça o que nunca fez. Quanto tempo você consegue estudar de fato? Não é a quantidade de horas. Não fez nada? Filmes históricos, científicos, atuais; documentários; artigos... o vestibular mudou. 

A Outubrite e os sintomas da autocobrança: insônia, gastrite, impaciência, olhar perdido, crise de humor. Cuidado com a autossabotagem. “O medo de perder tira a vontade de ganhar”. A Outubrite não é frescura. É fruto da má preparação. Você só apostou na apostila, nas aulas e no autodidatismo. Quem “viajou na sala de aula”, vira autodidata em casa. Perde muito tempo para tentar aprender sozinho (a), o que não sabe. Aprende-se em sala de aula, não em casa. Desligue o celular uma hora antes de dormir. Durma bem. Lembre-se que o sono ensina. 

A Outubrite é medo travestido de estresse e ansiedade. Pense: quantas obras-primas não foram escritas, porque o autor tinha medo de perder a pessoa amada, a sanidade ou o status? Quantas pessoas prosperaram, porque tinham medo da fome, do destino, do anonimato? Quantos heróis não venceram suas batalhas por medo da vergonha, de como seriam reconhecidos pela História? 

A Outubrite e o colega de sala. “O que eu faço, me engrandece. O que eu desfaço, apequename”. Olhar apenas o outro, invejando suas supostas qualidades, é se depreciar demais. A Outubrite e o tomar-pau. Essa expressão faz parte do inconsciente coletivo, remete à época da escravidão. Vestibular é ritual de iniciação: “papai e mamãe” não podem a prova fazer por você. O vestibular não decide o seu futuro. É imaturidade se deixar levar por isso. Há vários exemplos famosos, porém você não se atenta a isso, só olha para o próprio umbigo. 

A Outubrite e o estudar tudo. É possível? Só se você for doido. Creia: é impossível estudar tudo! Quem lhe disse isso, mentiu. Vestibular é competição de alto nível. Competição mexe com o psicológico. Ganha, quem sabe jogar. Não perca a vaga para você mesmo (a). A Outubrite e as loucuras. Pare de se entupir de substâncias “milagrosas” (Ritalina; Conserte – não há milagre) e “excitantes” (café, Coca-Cola, chazinhos, guaraná) para estudar. Você não conseguirá dormir, logo não aprenderá nada. Senso comum: “É bom, porque aí eu não durmo”. Você está confundindo: Ficar acordado (a) é uma coisa, estudar é outra. Sem dormir, “estudará tudo de novo”. Acorde. 

Importantíssimo: a redação é a única prova eliminatória. Ela decide se a vaga será sua ou não. Ler e escrever é como tomar remédio: tomam-se todos os dias. O ritual é escreva, corrija, tire dúvidas. Qualquer ponto vale demais. Não a abandone para estudar outras matérias, ao contrário, abandone outras matérias, para produzir textos, principalmente se você está competindo na área de exatas e na de biológicas.

Multidisciplinaridade: a redação atesta a sua capacidade de ler, entender e analisar. Sem isso, não analisará qualquer enunciado de qualquer questão de qualquer matéria.

A pergunta que não quer calar: há tempo para resolver tudo isso? A resposta vem em forma de pergunta: Você quer? Para quem quer se dedicar, sim. Curso intensivo não é para desesperados, mas para os conscientes das próprias limitações.

Prof. Luiz Claudio Jubilato é professor de Língua Portuguesa, especialista em vestibulares. É fundador do Criar Redação.