Em uma sessão marcada por confusão e troca de ofensas, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu arquivar o processo de cassação contra André Janones (Avante-MG). A decisão, tomada por 12 votos a 5, gerou tumulto e debates acalorados, refletindo a polarização política do momento.
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (5/6), o arquivamento do processo de cassação do mandato do deputado André Janones (Avante-MG). Acusado pelo PL de chefiar um esquema de "rachadinha" em seu gabinete, Janones teve seu caso encerrado com a aprovação do parecer do relator Guilherme Boulos (PSol-SP) por 12 votos a 5.
O parecer de Boulos argumentou que as acusações contra Janones remontam a períodos anteriores ao seu atual mandato, que começou no ano passado. Além disso, as acusações já eram de conhecimento público desde 2022, o que, segundo Boulos, não justifica uma punição no atual mandato.
A representação do PL baseou-se em denúncias de dois ex-assessores que acusaram Janones de exigir repasses de parte dos salários. O caso também está sob investigação da Polícia Federal. "Nós não estamos aqui discutindo o mérito de rachadinha. Essa não é a discussão que o relatório faz e que esse conselho está fazendo. Essa discussão é para a Justiça", afirmou Boulos durante a sessão.
O ambiente da sessão rapidamente se deteriorou em meio a um intenso bate-boca entre deputados que apoiavam o arquivamento e aqueles que pediam a rejeição do relatório. A deputada Jack Rocha (PT-ES) mencionou um caso similar contra Nikolas Ferreira (PL-MG), que também foi arquivado, o que gerou ainda mais tensões.
O presidente do Conselho de Ética, Leur Lomanto Júnior (União-BA), foi forçado a esvaziar o plenário devido à confusão. No entanto, a troca de ofensas continuou fora do plenário, envolvendo até os pré-candidatos à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos e Pablo Marçal (PTB), que também participavam da sessão.
